quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Soneto De Intimidade


Ola pessoas que me lêem – ou pelo menos espero que leiam-. Hoje vou postar um outro poema, esse já de outro escritor que admiro muito, Vinicius de Moraes. Falando nisso, preciso fazer uma matéria só sobre a vida deles, mas isso fica para outro dia. Hoje só vai ter poesias por eu estar passando mal e não estar conseguindo escrever nada a altura de vocês. Aqui fica o poema Soneto De Intimidade dele e até a próxima.

Soneto De Intimidade

Nas tardes de fazenda há muito azul demais.
Eu saio às vezes, sigo pelo pasto, agora
Mastigando um capim, o peito nu de fora
No pijama irreal de há três anos atrás.

Desço o rio no vau dos pequenos canais
Para ir beber na fonte a água fria e sonora
E se encontro no mato o rubro de uma amora
Vou cuspindo-lhe o sangue em tomo dos currais.

Fico ali respirando o cheiro bom do estrume
Entre as vacas e os bois que me olham sem ciúme
E quando por acaso uma mijada ferve

Seguida de um olhar não sem malícia e verve
Nós todos, animais, sem comoção nenhuma
Mijamos em comum numa festa de espuma.

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